quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Zen )))

Sempre que em uma consulta astrológica alguém me pergunta sobre a morte, eu me lembro de um conto zen:
A morte da xícara de chá

"Era uma vez um grande mestre do Zen, uma escola de ensinamentos do Buda que tem uma maneira muito realista de
encarar as coisas da vida. Esse grande mestre chamava-se Ikkyu. Desde pequeno mostrava grande inteligência e sempre encontrava uma maneira de resolver seus problemas.

Um dia, um menino estava brincando e deixou cair uma xícara de chá, que foi ao chão e se despedaçou. Não era uma xícara comum, era uma xícara rara, muito antiga e preciosa e era a preferida do mestre de Ikkyu. Preocupado com o acidente, Ikkyu ouviu o mestre chegar e, muito depressa, escondeu os pedaços da xícara atrás das costas. Quando o mestre apareceu, Ikkyu perguntou:

– Por que as pessoas morrem?

– É algo natural — respondeu o mestre. — Tudo tem um tempo de vida e depois morre.

Depois dessas palavras do mestre, Ikkyu lhe mostrou os pedaços da xícara quebrada. Surpreso, o mestre se calou."

O mapa astral traduz a energia individual desde a primeira impressão da chegada nesse mundo (o nascimento) até o último instante, o último suspiro (a morte). Essa é a sua grandeza, pois mantém a intimidade sigilosa de onde viemos e para onde vamos. Amo isso na astrologia, amo a visão respeitosa com que trata os mistérios da vida e do Universo. Talvez por isso eu simpatize tanto com o Zen, pois é uma visão muito livre dos condicionamentos humanos e de respostas prontas. É algo muito simples, cotidiano e repleto de surpresas. É zen.

"Mestre Tokuan estava morrendo; um discípulo aproximou-se e perguntou-lhe qual era o seu testamento. Tokuan respondeu que não tinha testamento; mas o discípulo insistiu:
– Não tendes nada… Nada para dizer?
– A vida não passa de um sonho.
E expirou."

Além da Astrologia, por Ekatala Keller
Fotografia de Alexandre Devananda
Tiradentes - MG






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