sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Mito ou Verdade? Igualdade.

Lilith ou Liberdade?

No folclore popular hebreu, conta a lenda que Lilith foi a primeira mulher de Adão e que o abandonou, partindo do jardim do Éden. O motivo? Não aceitou se submeter a ele de forma desigual, 
pois como primeiramente foi Adão que tomou forma, queria dominá-la de todas as maneiras. Lilith não aceitou a desigualdade e o abuso contra ela e imediatamente eles começaram a brigar:

"Por que devo deitar-me embaixo de ti?

Por que devo abrir-me sob teu corpo?

Por que ser dominada por ti?

Eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual."

Então Lilith se associou ao vento e como tinha o dom da intuição utilizou do elemento água como um portal enigmático e resolveu ir embora do paraíso no exato momento do pôr-do-sol, voando para o seu misterioso mundo da percepção em busca da liberdade. E com isso, do rastro do vento fez-se a inspiração e ao cair da noite, nasceram as estrelas e todos os tipos de arte.

Adão ficou furioso com a partida de Lilith e como ficou sozinho e solitário, logo em seguida foi criada Eva. Mas dessa vez não mais a partir do pó da criação e sim através da costela de Adão, para que não mais houvesse rebeldia e a mulher fosse tida como servidora ao homem.

Como a sua existência não poderia ser simplesmente ignorada, Lilith ficou injustamente associada à magia negra e a vadiagem. Assim, surgiu a fofoca e a intriga no planeta terra e as mulheres passaram a ser classificadas em Liliths - levianas e rebeldes, ou em Evas - santas e devotas ao lar. Com a estória completamente distorcida, a força feminina passou a ser temida e incompreendida. As inimizades entre as mulheres ganharam força e todas foram prejudicadas.

E como não poderia ser diferente, como resultado nasceu a ideia machista da criação. Mas como não é possível enganar a todos durante todo o tempo, Lilith ganhou o seu espaço e foi reconhecida. Seu nome passou a significar “aquela que se apoderou da luz”: As mulheres resgataram a força da energia lunar e conquistaram a liberdade em igualdade de direitos e de deveres.

Talvez Lilith seja a primeira feminista a não se subjugar aos atos desrespeitosos impostos contra a mulher desde os primórdios. E nos dias de hoje, misteriosamente, somente uma mulher metade Eva, metade Lilith, pode realmente ser feliz e fazer feliz aos que convivam com ela, pois quando respeitada e amada, pode levar ao deleite dos prazeres mais profundos do corpo e da alma, onde não existe a miséria nem a força bruta e onde a liberdade de expressão é uma dádiva: o verdadeiro Jardim de Éden.
Além da astrologia, Ekatala Keller

Fotografia de Alexandre Devananda

Livraria Prefácio - Botafogo/Rio de Janeiro





Nota:-

Para a astrologia, Lilith é a lua negra. Representa a busca pela própria verdade e afirmação. É encantadora, secreta e fascinante.

Representa a liberdade de opinião, o direito de escolher e de dizer não a todo o tipo de violência e de abuso.

Significa as experiências infelizes vividas na infância, e toda forma de abuso que a criança possa ter sofrido: físico, moral ou sexual.

Também pode significar as experiências infantis não vividas pela força da repressão e da omissão dos pais ou do meio social em que foi criada.

*Esse texto é dedicado para a atriz Samyta Núñez


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